Filho do 25 de Abril

A montanha pariu um rato - A coerência colocada à prova - A execução de Saddam Hussein - O Nosso Fado - "Dois perigos ameaçam incessantemente o mundo: a desordem e a ordem" Paul Valéry, "Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar a humanidade já estavam todas escritas, só faltava uma coisa, salvar a humanidade", Almada Negreiros - "A mim já não me resta a menor esperança... tudo se move ao compasso do que encerra a pança...", Frida Kahlo

terça-feira, janeiro 31, 2006

765. Frase do dia

"America is addicted to oil"
George W. Bush

Frase do dia, parte II

"America is addicted to oil, which is often imported from unstable parts of the world"
George W. Bush

Se não fosse este premente esclarecimento eu nunca teria adivinhado. É bom que nós tratemos os nossos vícios e acho positivo este esclarecimento do nosso líder mundial. Só espero é que, ao sair deste vício, não ganhe um novo...

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764. Fundo Português de Carbono

Pergunta o distraído leitor para que é que o nosso Governo criou um Fundo de Carbono! Não culpem os boys por quererem mais jobs mas sim o Protocolo de Quioto, que já agora só existe para alguns! O Fundo Português de Carbono (FPC) vai permitir comprar créditos de emissão de gases com efeito de estufa. Pois é, meus amigos, isto vai começar a doer. E finalmente vai ser lucrativo ter um país com preocupações ambientais. Nada como transformar isto num negócio para começarmos a estar atentos ao que se passa.

Estima-se que, em 2010, com esta taxa de crescimento das emissões, Portugal esteja 39% acima do objectivo fixado em Quioto! Logo vai ser preciso comprar créditos. E parece que estes créditos não são nada baratos. As recentes medidas do Governo (Imposto Automóvel diferenciado por consumo, aumento dos Impostos Petrolíferos, aprovação dos projectos de energia eólica, nova regulamentação para casas eficientes, entre outras) está, assim, a revelar-se insuficiente. Sugestões?

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763. A hipocriosia no mundo das armas: Boys with their toys

A polémica em torno das armas nucleares é praticamente insolúvel. É de esperar que o desenvolvimento tecnológico leve a uma cada vez mais rápida disseminação deste tipo de armas. E para que é que servem estas armas de eficácia diplomática duvidosa após a sua deflagração? São armas de dissuasão! Assim sendo parece-me lógico que, se uns podem ter, os outros não se sentem obrigados a não ter! Parece correcto, por exemplo, a França ameaçar que quem a ameaçar (mais um pleonasmo) usa uma dessas armas e depois querer proibir o Irão de as ter? Se são armas condenáveis porque é que alguém as tem? Para mostrar que as pode ter? Pois bem, o Irão vai fazer o mesmo...

E se as armas nucleares começarem a ser usadas efectivamente? Escusado será dizer que nada de bom nascerá disso mas também em tempos os EUA acusaram o ditador Saddam de usar armas químicas contra o seu próprio povo e recentemente descobriu-se que os americanos, provavelmente sabendo que o tal povo já estava habituado, usaram armas de efeitos que só a descrição dá-me vómitos. Por isso esta "novela" no Irão não tem nem fim à vista nem uma solução lógica porque vivemos num mundo hipócrita e ilógico!

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762. A Burocracia (Parte 2)


Burocracia (Quino) - Clique na imagem para ampliar

No texto anterior ia fazer uma resenha das medidas do Governo no combate à burocracia. Acabei por afundar-me nas definições de burocracia, muito liberais para o meu gosto, e acabei por não escrever sobre o que queria.

Hoje cheguei à conclusão, ao ler os anúncios e pré anúncios do Governo, que não há muito para discordar. Acho que não há uma alma que não defenda uma profunda simplificação de processos no Estado, ainda por cima sem grandes custos na justiça social e na segurança dos cidadãos.

Os anúncios, nos últimos dias, têm ido nesta direcção:

- Fim das declarações de IRS: Esta medida, de imediato, não oferece resistência. Há uma gigantesca poupança de tempo por parte dos cidadãos e dos trabalhadores do Ministério das Finanças. Resta saber como vão reagir os contabilistas e como vai o Estado controlar as despesas de saúde e de educação;

- Redução ou eliminação de alguns actos com controlo público: O Primeiro Ministro, na Assembleia da República, explicou bem o que o Estado obriga os cidadãos a fazer, ou seja, pede certidões aos cidadãos de informações que já estão na posse do Estado. É como pedir uma certidão à Segurança Social para entregar nas Finanças quando afinal, surpresa das surpresas, estas podiam cruzar dados. Estima-se que, com estas medidas, haja uma redução em cerca de 800 mil actos e uma poupança directa e indirecta nas empresas de 125 milhões de euros;

Nota: Este valor inclui o custo médio das escrituras, das publicações em «Diário da República», da legalização dos livros de escrituração mercantil, das respectivas deslocações para a prática dos actos (trabalho e transporte), da produção dos livros de escrituração mercantil e o preço médio da publicação no jornal local, tudo actos que ou são eliminados ou passam a poder ser feitos via Internet. (Expresso)

- Presunção de rendimentos: Eu considero que esta vai ser a medida, a prazo, mais polémica. Note-se que ainda só ouvi umas notícias preliminares sobre isto. Mas estou de acordo se, de facto, for bem pensada. Em quase todos os países as profissões liberais contribuem cada vez menos para o bolo da Estado. E vários países, incapazes de fazerem face a este fenómeno, adoptaram a presunção de rendimentos. Por exemplo se um restaurante com x mesas e y de área, z de empregados, w de custos das matérias primas não faz um mínimo de & por ano então nem se percebe porque está aberto. Então os restaurantes, por exemplo, vão passar a pagar conforme estas características atrás enunciadas e não conforme o que declaram. Este tipo de medidas, se de facto for implementada, vai fazer com que seja possível os que declaram hoje paguem bem menos e os que não declaram passem a pagar.

Note-se que estes anúncios ou pré-anúncios ainda não estão concretizados e, por isso, não está implícito, para já, nenhum elogio da minha parte. Tal como o Programa de Reestruturação da Administração Central (PRACE) vou esperar para ver. Mas não deixam de ser bons anúncios ou pré-anúncios...

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segunda-feira, janeiro 30, 2006

761. A Burocracia


Burocracia - Quino

Fui à procura da definição de burocracia. Dizem-me os entendidos na matéria, quem faz os dicionários como se isso fosse o supra sumo das definições, que burocracia é um "modo de administração em que os assuntos são resolvidos por um conjunto de funcionários sujeitos a uma hierarquia e regulamento rígidos, desempenhando tarefas administrativas e organizativas caracterizadas por extrema racionalização e impessoalidade, e também pela tendência rotineira e pela centralização do poder decisivo"! Acrescentam a enigmática frase, "classe dos funcionários públicos, especialmente os funcionários do Estado"! Se a nossa Constituição foi escrita por políticos com afinidade com a esquerda eu diria que este dicionário foi escrito por liberais.

Tentei então saber o que é um burocrata e este é um "funcionário público, em especial o funcionário do Estado que segue impreterivelmente os formalismos de secretaria; o que faz parte da burocracia"! Vou dar um prémio à Priberam por esta visão da burocracia tão apolítica. Vou descrever o que eu entendo por burocracia ou burocrata e ou vamos chegar todos à conclusão que a banca e seguros, por exemplo, são geridas por funcionários públicos ou que este termo é, de facto, bem mais lato. Só quem nunca pediu ou viu pedir um empréstimo com fiador para comprar um frigorífico não sabe do que estou a falar (neste caso escrever, mas soa melhor assim).

Segundo este distinto dicionário então o Governo, com as suas recentes medidas contra a burocracia, quer atingir com violência os funcionários públicos. No meu entendimento deste assunto uma burocracia é toda a acção que é desempenhada, no sector público ou privado, que se revela excessivamente morosa ou zelosa e cujo benefício é discutível do ponto de vista de quem exige essa acção e de quem a desempenha! Por alguma razão não me deixam escrever um dicionário.

E eu que ia escrever um texto sobre as medidas do Governo! Parece que vai ter que ficar para amanhã para não obrigar os meus caros leitores a depararem-se com textos de dimensão pouco apropriada a um blogue...

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760. Silvio Berlusconi e a Abstinência Sexual


Silvio Berlusconi - Primeiro Ministro de Itália

Hoje deparei-me com uma notícia no Público no mínimo original. Depois de ter sido elogiado pela sua "oposição ao casamento entre homossexuais e pela defesa dos valores da família" pelo padre Massimiliano Pusceddu, Silvio Berlusconi prometeu a este dois meses e meio de abstinência sexual, data das legislativas.

Eu não percebo esta obsessão da Igreja Católica e da direita conservadora com a pureza das relações sexuais. No meu entendimento o sexo não é nada de anormal e, se feito com segurança e afecto, até é algo que acho que me parece não ter efeitos secundários. E mesmo sem afecto é algo que pertence à esfera privada de cada um. Na minha opinião dois adultos que consentem sobre algo que não afecta terceiros não devem ser alvo de comentários de natureza moral.

Mas não me quero afastar do assunto em questão. No meu entendimento desta "promessa" fico com uma certeza, ou seja, até às legislativas o Primeiro Ministro Italiano não vai desapontar (o termo usado pelo próprio) o padre em questão mas parece-me que, após as eleições, vai voltar a desapontar o padre. Se levarmos ao limite a tal pureza do sexo um homem com aquela idade, fora dos limites etários da procriação, já devia ter abdicado de ter relações sexuais há muito tempo.

Desenganem-se aqueles que pensam que critico tal magnânime atitude. Eu sou daqueles que acha que as decisões do foro sexual pertencem à intimidade do próprio. Só não sou tão tolerante quando isso é feito com laivos de ensinamento moral ou com objectivos políticos.

Já agora haverá alguém que decida o seu voto porque um candidato, ao procurar defender os valores da família, anuncia publicamente uma abstinência sexual temporária?


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domingo, janeiro 29, 2006

759. Nos Bastidores dos Lumiére 2006 - Boletim de Voto



Os Prémios Lumiére contaram com a participação, salvo erro, de 27 blogues. No último post revelei, juntamente com os outros blogues participantes, os grandes vencedores nas categorias em jogo. Mas, antes da publicação final dos votos, cada blogue contribuiu mandando um boletim de voto com os seus preferidos. A votação para os prémios Lumiere 2006 foi feita de acordo com um regime de pontuação, em que o 1º lugar significa 5 pontos e o 5º apenas 1 ponto. Vou revelar as minhas preferências só destacando o primeiro lugar em cada categoria, sem deixar, nem por um momento, por estar solidário com as magníficas escolhas globais do júri para os Lumiére 2006!


Melhor Filme



Der Untergang – A Queda, Hitler e o Fim do Terceiro Reich


Melhor Realizador



Fernando Meirelles (Fiel Jardineiro – Constant Gardener)


Melhor Actor



Bruno Ganz (Der Untergang – A Queda, Hitler e o Fim do Terceiro Reich)


Melhor Actriz



Hilary Swank (Million Dollar Baby)


Melhor Actor Secundário

Morgan Freeman (Million Dollar Baby)


Melhor Actriz Secundária

Cate Blanchett (The Aviator)


Melhor Filme Animado

Corpse Bride


Melhor Argumento

Bernd Eichinger (Untergang – A Queda, Hitler e o Fim do Terceiro Reich)


Melhor Banda Sonora

Corpse Bride


Melhor Montagem

Sin City


Melhor Fotografia

Long Dimanche de Fiançailles, Un - Um Longo Domingo de Noivado


Melhor Revelação Masculina

Nuno Lopes (Alice)


Melhor Revelação Feminina

Ziyi Zhang (House of the Flying Daggers)


Memórias do Filho do 25 de Abril: Sétima Arte (todos os textos deste blogue sobre cinema)

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sábado, janeiro 28, 2006

758. 2ª Edição Lumiére 2006

O júri votou! Os votos já estão somados! Este blogue tem o prazer de divulgar os resultados, no mesmo dia que os outros 29 membros do júri, da 2ª Edição dos Prémios Lumiére! Os vencedores do Lumiére 2006 são:

Melhor Filme



Million Dollar Baby (Oldboy)


Melhor Realizador



Clint Eastwood (Tim Burton)


Melhor Actor



Javier Bardem (Johnny Depp)


Melhor Actriz



Hilary Swank (Imelda Staunton)


Melhor Actor Secundário



Morgan Freeman (Clive Owen)


Melhor Actriz Secundária



Natalie Portman (Cate Blanchett)


Melhor Argumento

Million Dollar Baby (Crash)


Melhor Montagem

The Aviator (Million Dollar Baby)


Melhor Fotografia

Million Dollar Baby (House of the Flying Daggers)


Melhor Banda Sonora

Corpse Bride (Elizabethtown)


Melhor Filme de Animação

Corpse Bride (Wallace and Gromitt)


Revelação Masculina 2006

Zach Braff (Nuno Lopes)


Revelação Feminina 2006

Rachel McAdams (Catalina Sandino Moreno)


O sucessor de Eternal Sunshine of the Spotless Mind é, com distinção, Million Dollar Baby! Bom cinema!


Memórias do Filho do 25 de Abril: Sétima Arte (todos os textos deste blogue sobre cinema)

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sexta-feira, janeiro 27, 2006

757. Sala de Cinema: Jarhead


Jarhead - Sam Mendes

Realizador: Sam Mendes
Elenco: Jake Gyllenhaal, Peter Sarsgaard, Jamie Foxx, Chris Cooper, Dennis Haysbert

Jarhead é um filme baseado no livro de Anthony Swofford que relata as experiências de um grupo de militares norte americanos na altura da invasão do Iraque ao Kuwait.

Sam Mendes é o realizador deste filme sobre a ansiedade que antecede uma guerra, quer esta aconteça ou não. É um filme bastante diferente das suas anteriores obras porque, desta vez, nota-se que os meios à sua disposição são, não diria maiores, mas duma escala diferente. E é aqui que o filme começa a falhar. O aspecto visual do filme é inatacável e toda a logística que rodeia os soldados é credível. Mas as personagens falham e é aqui que fiquei surpreendido porque do realizador de Road to Perdition e principalmente de American Beauty esperava que pudesse falhar o aspecto visual, a fotografia ou o realismo das situações de guerra mas não que este apresentasse as personagens de forma tão esquematizada e superficial.


Jarhead - Sam Mendes

Não basta anunciar em voz off que estamos a enlouquecer mas também é necessário que o espectador sinta, com realismo, essa loucura. Eu não consegui sentir, durante o filme, que estava perante soldados à beira da loucura e não perante actores! A continuidade nas cenas é desequilibrado com demasiadas colagens de situações que não têm pontos em comum. Parece que se tentou contar um conjunto alargado de pequenas situações e que não se conseguiu atingir um todo equilibrado. Até das actuações esperava mais e fiquei desiludido com Jake Gyllenhaal – que não deixa de ser um actor bastante promissor – e com Jamie Foxx – o vencedor do Óscar para melhor actor no ano passado – e apenas fiquei agradavelmente surpreendido com Peter Sarsgaard – talvez porque no seu último papel, em Flight Plan, tenha ficado com uma péssima impressão dele como actor.


Jarhead - Sam Mendes

A questão política é apenas abordada superficialmente porque o principal é focar a câmara para as situações do dia a dia deste conjunto de soldados na Arábia Saudita. A sua missão inicial é, imagine-se, proteger os poços de petróleo dos “amigos sauditas”. Enquanto avançam em direcção ao Kuwait é visível algumas críticas ao modo como as guerras são feitas e, mais uma vez, o realizador tenta pessoalizar o ser humano, desta vez o que está do outro lado da barricada, o que está carbonizado ou perdeu o seu camelo, mas, novamente, não consegue a intensidade pretendida nessas cenas. Fica, novamente, o magnífico aspecto visual das cenas. Como ponto positivo destaco a inexistência de heroísmos onde todos parecem vítimas de algo superior a eles, onde só há lugar à contemplação, à meditação e à frustração. Depois da guerra fica o vazio, tanto para as personagens como para o espectador.

Quero realçar a excelente banda sonora do filme!

Síntese da opinião: Um filme com um défice de realismo nas personagens não porque estas não tenham existido mas porque não me senti nas suas peles em nenhum momento do filme. Salva-se a fotografia e a banda sonora.

Memórias do Filho do 25 de Abril: Sétima Arte (todos os textos deste blogue sobre cinema)

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756. Páginas Soltas (19): As Intermitências da Morte, de José Saramago


As Intermitências da Morte - José Saramago

“No dia seguinte ninguém morreu.”

Num certo dia a morte deixou de matar. Deixou de matar num pequeno país de 10 milhões de habitantes que só não é Portugal porque é uma monarquia com um Rei pouco influente (ou será?). Um acontecimento desta natureza veio mudar tudo e o que antes desejávamos ardentemente tornou-se num pesadelo. A religião, a filosofia, a política, a economia... tudo deixou de fazer sentido ou o sentido passou a ter que ser outro. Nunca desejes o que não queres mesmo ter porque pode mesmo acontecer, já diz a sabedoria popular.

“Eram três horas da madrugada quando o cardeal teve de ser levado a correr ao hospital com um ataque de apendicite aguda que obrigou a uma imediata intervenção cirúrgica. Antes de ser sugado pelo túnel da anestesia, naquele instante veloz que precede a perda total de consciência, pensou o que tantos outros têm pensado, que poderia vir a morrer durante a operação, depois lembrou-se de que tal já não era possível, e, finalmente, num último lampejo de lucidez, ainda lhe passou pela mente a ideia de que se, apesar de tudo, morresse mesmo, isso significaria que teria, paradoxalmente, vencido a morte. Arrebatado por uma irresistível ânsia sacrificial ia implorar a deus que o matasse, mas já não foi a tempo de pôr as palavras na sua ordem. A anestesia poupou-o ao supremo sacrilégio de querer transferir os poderes da morte para um deus mais geralmente conhecido como dador da vida.”

José Saramago é conhecido por introduzir um acontecimento improvável, fantástico ou irreal logo no início da narrativa e depois simplesmente descrever as alterações no quotidiano num homem, numa mulher, em vários ou várias, numa família e nos seus cães. O acontecimento fantástico tem continuado, nas suas obras mais recentes, presente mas estas, na minha opinião, não têm sido brilhantes ou porque não consegue descolar da ideia original – O Homem Duplicado - ou porque prefere insistir em retratar a população em vez do velho e do seu cão (personagens recorrentes da sua obra) – Ensaio sobre a Lucidez.

“As religiões, todas elas, por mais voltas que lhes dermos, não têm outra justificação para existir que não seja a morte, precisam dela como do pão para a boca. (...) Tem razão, senhor filósofo, é para isso mesmo que nós existimos, para que as pessoas levem toda a vida com o medo pendurado ao pescoço e, chegada a sua hora, acolham a morte como uma libertação, O paraíso, Paraíso ou inferno, ou coisa nenhuma, o que se passe depois da morte importa-nos muito menos que o que geralmente se crê, a religião, senhor filósofo, é um assunto da terra, não tem nada que ver com o céu, Não foi o que nos habituaram a ouvir, Algo teríamos que dizer para tornar atractiva a mercadoria, Isso quer dizer que em realidade não acreditam na vida eterna, Fazemos de conta.”

“... a filosofia precisa tanto da morte como as religiões, se filosofamos é por saber que morreremos, monsieur de montaigne já tinha dito que filosofar é aprender a morrer.”

“Numa aldeia qualquer, a poucos quilómetros da fronteira com um dos países límitrofes, havia uma família de camponeses pobres que tinha, por mal dos seus pecados, não um parente, mas dois, em estado de vida suspensa ou, como eles preferiram dizer, de morte parada. (...) Nisto estávamos, nem para a frente, nem para trás, sem remédio nem esperança dele, quando o velho falou, Que se chegue aqui alguém, disse, Quer água, perguntou uma das filhas, Não quero água, quero morrer, Bem sabe que o médico diz que não é possível, pai, lembre-se que a morte acabou, O médico não entende nada, desde que o mundo começou a ser mundo sempre houve uma hora e um lugar para morrer, Agora não, Agora sim, Sossegue, pai (...).”


Esta obra é uma das suas melhores obras dos últimos tempos mas, escusado será dizer que na minha modesta opinião, longe de obras primas como o Evangelho Segundo Jesus Cristo ou Ensaio Sobre a Cegueira, entre outros. Saramago dedica grande parte da narrativa a descrever os acontecimentos nacionais que se revelam algo desinteressantes como a história da “Máphia” e dos vigilantes da fronteira. Começa a ser uma regra que eu não consigo gostar sobejamente. Só a espaços introduz personagens “comuns” onde verdadeiramente consegue distinguir-se com mérito da generalidade dos escritores.

Mesmo assim não é de menosprezar a sua reflexão sobre a vida, sobre a sociedade, sobre os nossos valores, sobre como tudo é frágil, sobre o papel das religiões, sobre a relação destas com o Estado. Este livro é, acima de tudo, uma reflexão actual sobre a sociedade que construímos. E é mais assustador apercebermo-nos do que nos aconteceu que a morte.

“Permaneceu no quarto durante todo o dia, almoçou e jantou no hotel. Viu televisão até tarde. Depois meteu-se na cama e apagou a luz. Não dormiu. A morte nunca dorme.”

Mas para quem tem saudades do velho e do seu cão o livro reserva-nos uma agradável surpresa. A parte final do livro, que por razões óbvias não vou descrever em pormenor, é do melhor que tenho visto Saramago escrever, dito doutra forma, é Saramago vintage. A morte regressa mas não da forma que todos estávamos à espera...

Por tudo isto, e muito mais, é uma leitura recomendada por este espaço!

Memórias do Filho do 25 de Abril: Literatura (todos os textos deste blogue sobre literatura)

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quinta-feira, janeiro 26, 2006

755. Political Compass


Political Compass (clique na imagem para ampliar)

Já estava há algum tempo para fazer este teste mas só agora deu-me para isso. Os resultados foram estes:

Economic Left/Right: -2.25
Social Libertarian/Authoritarian: -4.46

O resultado não foi surpreendente! Gosto pouco dos extremos!

E você? Sim, você, o leitor deste espaço que está neste momento a ler estas palavras? Onde se posiciona? Faça o teste aqui


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754. Reflexão das Presidenciais 2006 (4 de 4): Cenários Político-Partidários




O que vai mudar nos partidos com assento parlamentar com estas eleições presidenciais? E como vai ser a luta partidária num cenário inédito de ausência de eleições por três anos e meio? É isso que vou tentar descodificar de seguida!

PS

É óbvio que a candidatura de Manuel Alegre vai agitar o PS. Talvez não pelas razões que tenho lido – criação dum partido, oposição interna, movimento de cidadania – mas sobretudo porque há um reforço claro da ala mais à esquerda do PS. É preciso entender que o Governo não está a governar duma forma tradicional ao PS e que só o Congresso clarificador em que José Sócrates saiu legitimado e a maioria absoluta que conquistou recentemente tem calado as vozes dissonantes. É óbvio que o mundo mudou e que a esquerda mais tradicional tem tido dificuldade em adaptar-se aos novos tempos mas também não vou ser precipitado e dizer que está ultrapassada, porque há tendências neste “mundo novo” que me desagradam profundamente.

Voltando atrás é preciso dar conta que José Sócrates desagrada duplamente o partido porque tem, como já referi, uma governação não tradicional na área socialista e porque essa mesma governação negligenciou a vontade do partido em ter bons resultados nestas duas últimas eleições. José Sócrates tem claramente privilegiado o seu papel de Primeiro Ministro em detrimento do seu papel de Secretário Geral do Partido. Porventura percebeu desde muito cedo que o país não está em condições de ver algumas medidas e reformas adiadas – a maioria impopulares – porque chegou a uma situação paralisada e paralisante. Mas o que ainda irrita mais o “aparelho” socialista é a intransigência de José Sócrates nas questões eleitoralistas. Não nos podemos esquecer que este recusou-se a fazer inaugurações antes das autárquicas chegando à situação inédita de inaugurar a auto estrada que está a substituir a IP5 na semana seguinte às eleições. A gota de água foi a subida do imposto petrolífero na última semana de campanha para as Presidenciais, que transbordou um copo já cheio com os recentes (modestos) aumentos na função pública ou a subida dos transportes públicos. Prevejo tempos difíceis no equilíbrio interno das várias sensibilidades do PS.

PSD

Marques Mendes deve estar a desejar, no seu íntimo, que Cavaco Silva não cumpra a sua promessa de ter uma “cooperação estratégica” com o Governo, o que aliás nem faz muito sentido. No limite uma cooperação deste tipo abafa o papel da oposição que é o de propor alternativas. Marques Mendes também deve estar a pensar se Cavaco Silva vai seguir à letra uma das suas frases de campanha que aqui volto a reproduzir de seguida, "Duas pessoas sérias com a mesma informação, têm de concordar"! Esta frase, que também não tem nenhum sentido, revela um tique recorrente de Cavaco Silva que tornou-se particularmente evidente na sua última maioria absoluta. Com esta previsível diminuição do apoio do Presidente ao contraditório não se auguram tempos fáceis para a oposição.

Mas Marques Mendes vive outro problema que já foi visível no último Orçamento de Estado. É complicado apresentar alternativas a uma governação socialista que abdicou das suas políticas mais à esquerda. Pode, porventura, criticar o método, como tem feito, mas dificilmente o conteúdo. Aliás os últimos discursos de Marques Mendes parecem vindos da esquerda! Para tornar este quadro ainda mais interessante relembro que Cavaco Silva fala em centros de decisão ou em Secretarias de Estado para o investimento estrangeiro, claramente medidas que vão no sentido dum Estado interventor na economia. O futuro imediato do PSD, para não regressar à sua face mais populista, pode passar por tornar-se mais liberal. Marcava a diferença, numa visão muito dissonante com a do Presidente da República! Mas talvez seja muito cedo para fazer estes cenários!

CDU, BE e CDS

Um período de três anos e meio sem eleições é uma novidade no nosso país! Num cenário de Maioria Absoluta dum só partido e com um Presidente da República em início de mandato não vai ser fácil cada um destes partidos ter uma voz activa e audível. No caso da CDU não prevejo grandes dificuldades uma vez que a contestação social tende-se a agravar e, nessa área, o PCP está à vontade para capitalizar esse descontentamento. No caso do BE – algo fragilizado com estas eleições – prevejo que se agarre a bandeiras sociais fracturantes como o aborto, o casamento homossexual, a imigração, a toxicodependência entre outras questões civilizacionais. Desde que não o faça com demagogia e rupturas gratuitas tem todo o meu apoio porque considero que estamos muito atrasados nestes campos ao nível legal e social. Por fim, o CDS, ex-PP! Nem sei o que diga uma vez que vai ser deveras complicado um partido que voltou para a sua postura mais conservadora ter voz no cenário actual. Outro partido que vai ser obrigado a encostar mais à direita nas políticas económicas? Talvez mas dificilmente com este líder!

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quarta-feira, janeiro 25, 2006

753. Reflexão das Presidenciais 2006 (3 de 4): A derrota de Mário Soares



Antes de começar a analisar o siginificado do resultado de Mário Soares nestas eleições é necessário dizer, com toda a clareza, que este sofreu uma estrondosa derrota, sem atenuantes de qualquer género, porque a culpa mora nas suas opções de campanha e na sua má leitura da oportunidade política da candidatura! Mário Soares foi conhecido por ser o político que sempre esteve no lugar certo na hora certa mas, definitivamente, esteve no lugar errado na hora errada desta vez!

Posto isto convém perceber que a sua candidatura não veio “roubar” o lugar a ninguém. Não só porque as presidenciais são um acto livre de cidadania mas também porque os candidatos naturais da esquerda – António Guterres e António Vitorino – não quiseram disputar estas eleições e porque os candidatos de “reserva” não quiseram ou concorrer – Jaime Gama – ou estavam eternamente indecisos porque não queriam esse título de “última escolha” – Manuel Alegre. Convém relembrar que Jorge Sampaio avançou mesmo sem o apoio do partido e que Manuel Alegre não quis fazer o mesmo, hesitou e até tornou pública essa hesitação. Mário Soares apareceu num cenário em que a esquerda socialista não tinha ninguém credível para apoiar. Por isso a responsabilidade de não ter havido regeneração nestas eleições é, em primeiro lugar, dos cidadãos próximos da social democracia e do socialismo que optaram por não concorrer.

Discordo completamente das tentativas de “assassinato histórico” que tentam fazer a Mário Soares. Não percebo porque é que alguém que tem uma história que não envergonha ninguém deve ser colocado numa prateleira a “ganhar pó” porque, segundo alguns, paradoxalmente, ao concorrer, coloca a sua própria história em risco! Devíamos estar numa sociedade que valoriza a noção de risco e, mais importante, que não limite os homens ao seu passado. Mas é exactamente por isso que Mário Soares é criticado, ou seja, por já ter passado o seu tempo e porque, afinal, dizem alguns, nunca teve tanta importância ou influência quanto isso. É aliás comum criticar quem quer continuar a ter voz activa – e não um mero comentador dos acontecimentos – só porque tem idade para estar a apanhar sol. Não podia estar mais em desacordo com isso! Se me disserem que este teve uma má leitura política do seu papel neste momento preciso do país eu sou obrigado a aceitar as evidências mas se me disserem que é um político ultrapassado, sem ideias novas, sem influência, radical ou incoerente contesto com impetuosidade essas afirmações.

É preciso não esquecer que o lugar na história de Mário Soares foi conquistado por mérito próprio e não é uma derrota eleitoral - que nem é a primeira - no fim da sua carreira política que mancha o tempo que passou. Concerteza não é uma saída da vida política com chave de ouro mas não é nada que o deva envergonhar. Note-se que Mário Soares foi um homem que lutou contra o antigo regime, que fundou o partido socialista no estrangeiro, que foi um dos responsáveis pelo pluralismo partidário e ideológico, que evitou – com Sá Carneiro – a subida duma esquerda radical ao poder, que sempre foi duma esquerda moderada que chefiou Governos importantes para o nosso futuro colectivo como o do Bloco Central (num contexto de ruptura das nossas contas públicas), que negociou a nossa adesão à UE (então CEE pressionando a Espanha, que estava mais atrasada na negociação, e vários países europeus a aceitarem um país saído duma ditadura e duma descolonização difícil), que foi o nosso primeiro Presidente da República civil. Quantos podem dizer que têm um currículo – que inora muitos outros cargos e causas – tão extenso e rico?

Termino como comecei! A derrota de Mário Soares foi clara, explica-se na oportunidade e no contexto da sua candidatura, mas sublinho com veemência que a história não se escreve com precipitação. Churchill saíu de cena com uma derrota clara - nunca humilhante - mas é hoje lembrado não por isso mas pelo que soube, com os erros próprios de quem com coragem nunca deixa de arriscar só porque quer ser politicamente correcto, construír por mérito próprio.

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terça-feira, janeiro 24, 2006

752. Reflexão das Presidenciais 2006 (2 de 4): O fenómeno Manuel Alegre



É preciso analisar a candidatura de Manuel Alegre – e os seus resultados – numa perspectiva bem mais alargada do que a da afirmação simplista de que se tivesse sido o candidato apoiado pelo PS a derrota de Cavaco Silva teria sido possível. Eu não sei se é assim...

O eleitorado que Manuel Alegre conquistou – surpreendentemente mais do que um milhão de cidadãos – tem origens muito diversas. É óbvio que conquistou muito eleitorado tradicional da área socialista mas também parece-me óbvio que parte – não sei até que ponto significativa – dos seus apoiantes apareceram de entre aqueles que estão desiludidos com os partidos e com a situação actual do país. Arrisco até a dizer que parte dos eleitores que votaram em Manuel Alegre surgiram dos que já se recusam em votar neste PS. É por isso que nenhuma conclusão pode ser retirada quando analisamos se Manuel Alegre apoiado pelo PS poderia ter evitado a vitória de Cavaco Silva.

A personalidade de Manuel Alegre não é do meu especial agrado! Respeito o seu – importante – papel histórico e considero que até podia ter sido um Presidente da República de rupturas. Mas o movimento que gerou ultrapassou em muito a sua pessoa e é isso que saúdo! Saúdo também todos aqueles que fizeram um exercício de cidadania activa, raro em Portugal, dos quais destaco o Vítor, porque foi “da [sua] penumbra” que “irrompeu a petição”!

A pergunta milionária do momento é o que vai florescer desta candidatura. Afirmo com segurança que não há tradição – e diria até mentalidade – dos portugueses terem uma participação cívica regular. Duvido até que o exemplo que Manuel Alegre deu – independentemente das suas motivações – vá passar a ser uma regra. O papel dos partidos está esgotado mas também por falta de sentido de cidadania dos portugueses que cada vez mais preferem criticar o poder instalado – seja de que quadrante vier – do que, eles próprios, terem uma participação activa nas nossas escolhas públicas. Essa participação activa ou esse sentido de cidadania não se esgota numas eleições e, quanto muito, recomeça. Mas não há, repito, essa mentalidade em Portugal e não sei onde é que essa “sementeira” vai crescer.

As consequências no PS podem ser interessantes. Vou analisar isso com mais pormenor na última reflexão que fizer destas eleições Presidenciais mas posso adiantar, desde já, que a ala mais à esquerda do PS está a ficar impaciente com a governação.

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segunda-feira, janeiro 23, 2006

751. Reflexão das Presidenciais 2006 (1 de 4): A vitória de Cavaco Silva




O que está em jogo nas Presidenciais é o perfil e o contexto (ver aqui)! E o perfil de Cavaco Silva encaixou que nem uma luva no actual contexto português! E quando falo em contexto refiro-me essencialmente a dois contextos, o político e o sócio-económico!

Contexto Político

É um exercício de pura especulação mas não está desprovido de lógica se eu disser que, voluntaria ou involuntariamente (eu acho que involuntariamente), a impopularidade de José Sócrates ajudou Cavaco Silva a conquistar o centro.

A popularidade de António Guterres foi alta até quase ao fim do seu mandato - era o constante estado de graça - e vivíamos na ilusão de que tudo estava a correr bem no país. As reformas - algumas importantes - ocorreram no campo social e, no primeiro mandato, ainda houve bons sinais de reformas económicas. No segundo mandato, aos primeiros sinais de dificuldades económicas e políticas, este cometeu um enorme erro político em vésperas duma inversão do ciclo económico. Em coordenação com o seu mega ministro Pina Moura baixou os impostos sem atacar devidamente as despesas. A economia tremeu e os profetas da desgraça surgiram a avisar do óbvio.

José Sócrates, pelo contrário, não é um governante com boas taxas de popularidade. Desde cedo começou a aplicar medidas impopulares e não é, neste momento, uma mais valia eleitoral. É o contexto certo para surgir uma candidatura que sempre falou dos perigos do futuro e que surge duma área política que não é a do Primeiro Ministro. Se juntarmos a isso a constatação que José Sócrates está mais preocupado em ser Primeiro Ministro do que Secretário Geral do PS - e bem, na minha opinião, neste contexto - e aumenta o imposto petrolífero em plena campanha eleitoral o contexto ainda fica mais favorável. É por isso que o perfil de Cavaco Silva encaixou que nem uma luva neste contexto e seria interessante imaginar se o mesmo tería acontecido com Durão Barroso no poder. É um perigoso exercício de especulação. Em Portugal todos os Presidentes da República foram eleitos quando a população acha que o seu perfil é o mais indicado não para o cargo - como numa monarquia - mas para o contexto.

Contexto Sócio-Económico

As dificuldades que o país vive já há quase seis anos vieram renascer algo muito típico nos portugueses, ou seja, a necessidade de salvadores, de quem lhes dê esperança. Pertence à nossa cultura como povo - tanto do lado dos trabalhadores como dos empresários - que o Estado é que nos vai salvar. Mesmo que involuntariamente a candidatura de Cavaco Silva aceitou e alimentou essa imagem messiânica, a imagem de um salvador, gerindo o silêncio para gerir a imagem.

Por isso Cavaco Silva também depende do Governo - e da melhoria do ciclo económico - para não perder essa aura. Só o desenvolvimento provocado por outros pode dar a sensação que foi este que a provocou porque, como sabemos, não tem competências para isso. Se isso não acontecer Cavaco Silva vai ter que baixar as expectativas ou encontrar culpados para que a sua aura não se torne num logro. Também por isso o PSD vai ter muitas dificuldades em encontrar espaço num contexto em que Primeiro Ministro e Presidente da República vão querer passar a imagem que são responsáveis pelo crescimento económico.

Espero que a estratégia do Presidente da República e a necessidade do Primeiro Ministro em conseguirem resultados traga vantagens no funcionamento do Estado, independentemente desta combinação ser sempre arriscada e inédita em Portugal!

Aconselho a leitura deste texto do El Pais, que descobri via o blogue Fotografia e Xadrês

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domingo, janeiro 22, 2006

750. Presidenciais 2006: Rescaldo



Esta noite vai gerar, nos próximos dias, muitas reflexões e reinterpretações! Estarei cá para continuar a estar atento à nossa realidade política.

Estou exausto! Foram mais de 25 posts nesta noite! Muitos pequenos apontamentos sobre os discursos dos candidatos, dos políticos e dos resultados!

Não era o resultado que desejava mas nunca deixei ou deixarei de ser um democrata e, por isso, aceito os resultados com naturalidade!

Obrigado aos que acompanharam este blogue ao longo desta já longa noite!

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749. Presidenciais 2006: Coabitação entre Cavaco e Sócrates



Constança Cunha e Sá
refere que as expectativas que Cavaco criou vão trazer-lhe uma responsabilidade acrescida para não desiludir os seus eleitores (não é textual). Prevê enormes dificuldades para Marques Mendes. Eu diria que Cavaco Silva não vai poder cumprir determinadas expectativas porque não tem competências para isso. Já as teve e considero que vivemos, nessa altura, um tempo de oportunidades perdidas e não acredito que, agora neste cargo, vá poder cumprir as expectativas que gerou. Mas o importante, concordo, é criar expectativas...

Quanto ao PSD também há novas expectativas de que há um acrescido poder da direita. Confesso que sou mais adepto da teoria de CCS de que vai "secar" em influência com Cavaco por perto mas isso depende muito do contexto futuro e não vou fazer futurologia. Só sei que, em Portugal, são sempre os Governos que apodrecem e passam o testemunho e não as oposições a conquistar o Governo. Por isso se o PSD tem esperança numa "ajuda" de Cavaco Silva esta só é expectável se o PR ajudar a degradar a imagem do Governo. São cenários complicados de fazer.

Miguel Sousa Tavares afirma que Cavaco Silva tem uma agenda política própria preparada ao longo de 10 anos. Se a governação de Sócrates correr mal - o que não significa uma má governação mas sim maus resultados económicos ou sociais - pode, segundo este comentador, criar dificuldades a Sócrates mesmo que não imediatos (não é textual). Concordo mais com esta versão até porque não nos podemos esquecer que o PM e o novo PR têm personalidades complicadas.

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748. Presidenciais 2006: Vergonhoso



A TVI fez uma sondagem para as legislativas. O PSD aparece à frente nas legislativas.

Esta sondagem é ridícula! É já a vontade de fazer destas eleições o que não foram. Eu avisei inúmeras vezes que a legitimidade ia começar a ser a frase preferida da Comunicação Social e dos comentadores. É a CS a querer fazer "sangue" e a minar a estabilidade institucional!

Vergonhoso!

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747. Presidenciais 2006: Discurso de Cavaco Silva



Um discurso pela positiva! Nada a apontar de negativo!

Continuo a achar que Cavaco beneficiou mais do contexto do que do perfil para ganhar estas eleições! Continuo a achar que não foi a melhor escolha para o país! Mas isso agora é passado e o importante é Portugal! Mais uma vez parabéns ao candidato pela vitória!

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746. Presidenciais 2006: Análise ao papel de José Sócrates nesta eleição



O gabinete do Primeiro Ministro lançou um comunicado. José Sócrates não sabia que Manuel Alegre estava a discursar. Lamentável...

Mesmo assim não embarco nas teorias de que José Sócrates planeou a eleição de Cavaco Silva!

A percentagem de Cavaco Silva pode ajudar na teoria que o Governo Sócrates possa ter possibilitado uma vitória mais fácil de Cavaco Silva. A impopularidade deste Governo também ajuda a compreender a derrota avassaladora de Mário Soares. Mas não acredito que tenha sido voluntária essa mão que Sócrates acabou por dar à candidatura de Cavaco uma vez que isso também aconteceu nas autárquicas. O estilo de José Sócrates - mais centrado nas suas responsabilidades como Primeiro Ministro do que nas suas responsabilidades de Secretário Geral do PS - ajuda-me a ter uma maior esperança quanto ao futuro.

As inaugurações nas Autárquicas foram feitas após as eleições e o recente aumento dos combustíveis na última semana da campanha para as Presidenciais. Há quem diga que é tacticismo político e que Sócrates queria acabar com a influência da ala mais à esquerda do PS. Acho sinceramente que não e que o seu sentido de Estado fez com que não estivesse à espera do período de três anos e meio sem eleições para começar a reformar Portugal.

Agora herda um partido cuja ala esquerda ganhou força com a candidatura de Manuel Alegre. Espero que continue o seu rumo com convicção mas que não despreze os sinais do seu próprio partido. E não acho impossível reformar Portugal com um maior sentido dos problemas sociais tão caros à esquerda.

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745. Presidenciais 2006: Resultados (quase) finais



Freguesias apuradas 4257
Freguesias por apurar 3

Cavaco Silva 50,59%
Manuel Alegre 20,72%
Mário Soares 14,34%
Jerónimo Sousa 8,60%
Francisco Louçã 5,31%
Garcia Pereira 0,44%

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744. Presidenciais 2006: Reacções



Como era previsível - e fiz essa futurologia aqui neste espaço - os comentadores já utilizam a palavra legitimidade!

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743. Presidenciais 2006: Reacções



A SIC vai repetir a declaração de Manuel Alegre! Inédito!

José Sócrates cometeu um gigantesco erro político ao cortar a palavra a Manuel Alegre e parece querer obrigar a que haja um novo combate interno no PS!

As estações televisivas também cometeram um erro ao cortarem a palavra a Manuel Alegre!

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742. Presidenciais 2006: Resumo Provisório



Resumo de algumas das frases publicadas neste blogue ao longo dos inúmeros textos:

As projecções não são uma surpresa! Mas não deixa de ser uma enorme frustação a escolha democrática dos meus compatriotas quanto ao nosso futuro colectivo! Parabéns ao vencedor e honra aos vencidos porque esta é a essência da Democracia!

Cavaco Silva tem uma vitória clara! Não sujeita a ser minimizada por nada, nem pela abstenção, nem pela percentagem!

Manuel Alegre é outro dos vencidos da noite! Não há medalhas de bronze! O seu objectivo principal - se era a vitória - não foi concretizado! Mas, obviamente, numa escala bem menor do que a derrota eleitoral de Mário Soares!

Mário Soares obtém uma percentagem claramente baixa! O seu papel na nossa Democracia não fica em causa mas a sua influência imediata na vida política fica claramente reduzida!

Lisboa, até ao momento, coloca Cavaco como vencedor com pouco mais do que 44% dos votos e Manuel Alegre claramente em segundo lugar. No Porto Cavaco Silva tem mais do que 52% dos votos, com Mário Soares em segundo. Como as freguesias por apurar são as maiores - as situadas nestas áreas urbanas - e como Cavaco Silva tem pouco mais de 53% no total do país neste momento é natural que esta percentagem ainda possa descer marginalmente até ao fim da noite. Mas a possibilidade duma segunda volta é, cada vez mais, pouco provável.

Como previsto há uma descida nos resultados oficiais de Cavaco Silva. Com 778 freguesias por apurar passou para 52,26% (com 952 era 53,10%).

Pedro Magalhães aponta que Cavaco Silva ficará com mais de 50% mas por uma pequena margem. A hipótese de segunda volta é improvável!

Há uma certeza desde o início da noite: Manuel Alegre fica claramente à frente de Mário Soares e Jerónimo de Sousa claramente à frente de Francisco Louçã.

Marcelo Rebelo de Sousa defende que o papel histórico de Mário Soares mantém-se intocado mas que o Soarismo acabou! Concordo!

A estabilização da votação em Cavaco Silva é visível!

É precipitado afirmar que se Manuel Alegre fosse o candidato oficial do PS os resultados seriam diferentes. Não podemos saber, com certeza, se Manuel Alegre teria conseguido atrair, com o apoio dum partido, muitos dos votos que sairam dos desiludidos com os partidos. É uma análise a fazer mais tarde.

A votação em Cavaco Silva está estável neste momento e em Lisboa a sua percentagem acabou de aumentar marginalmente.

No Porto explica-se grande parte da derrota da "esquerda"! O esforço de Mário Soares e Manuel Alegre nesta cidade foi claramente insuficiente. Em Lisboa a votação em Cavaco não foi tão expressiva e a depender da capital haveria segunda volta!

Cavaco está a subir no Porto e a descer em Lisboa em percentagem! Parece já não haver dúvidas!

Cavaco já tem no Porto uma percentagem melhor que a nacional!

Se contabilizarmos o previsível voto esmagador no candidato da direita dos emigrantes e a estabilização da votação em Cavaco Silva a remota hipótese de segunda volta está praticamente afastada!

Mário Soares já reagiu aos resultados! A admiração que tenho pela carreira política e democrática deste homem está inabalada! Como sempre, reagiu como um democrata! Obrigado por tudo e principalmente por teres sido sempre o meu barómetro ideológico e por seres o homem que mais influenciou o meu espírito democrático e a minha intransigente defesa da liberdade! É o fim da influência do Soarismo mas não da memória! E, por isso, Marocas, obrigado!

A vitória de Cavaco já é real! Mesmo assim fico surpreendido com a sua percentagem - que pensei que ia ser maior - da mesma forma que fico surpreendido com a percentagem de Manuel Alegre - que julguei que ia ser bem menor.

Francisco Louçã defende-se da derrota presidencial com a divisão na esquerda! Sinceramente, não havia necessidade! Fala em ter-se permitido que a "direita" tivesse ganho! Se havia dúvidas sobre a natureza da sua candidatura estas acabaram neste momento. Sinceramente, Professor Louçã...

Jerónimo de Sousa compara sondagens com resultados! Mantém-se o péssimo hábito dos políticos portugueses! Mais um a culpar a divisão no PS... Francamente...

Eu também fiquei surpreendido pela percentagem de Cavaco Silva mas não por causa das sondagens mas sim pela desmobilização que notei nas outras candidaturas! Esperava uma maior percentagem de Cavaco Silva mas o que não provoca, em nenhum momento, dúvidas quanto à sua esmagadora vitória!

É a confirmação final da vitória de Cavaco Silva! Manuel Alegre admite a derrota, mesmo que por décimas.

José Sócrates começa a falar e corta "a palavra" do poeta em todas as televisões! Será coincidência?

O Secretário Geral do PS agradece a Mário Soares e elogia o seu trajecto. Desvaloriza a divisão no PS, considerando-a habitual na nossa história! Relembra a sua legitimidade e a do seu Governo!

Nos próximos 3 anos e meio estão escolhidos todos os actores políticos portugueses...

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741. Presidenciais 2006: Reacções



"Fica a lição!"
Manuel Alegre

É a confirmação final da vitória de Cavaco Silva! Manuel Alegre admite a derrota, mesmo que por décimas.

José Sócrates começa a falar e corta "a palavra" do poeta em todas as televisões! Será coincidência?

O Secretário Geral do PS agradece a Mário Soares e elogia o seu trajecto. Desvaloriza a divisão no PS, considerando-a habitual na nossa história! Relembra a sua legitimidade e a do seu Governo!

Nos próximos 3 anos e meio estão escolhidos todos os actores políticos portugueses...

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740. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%
419 - 51,07%
353 - 50,99%
305 - 50,84%
294 - 50,85%
192 - 50,82%
123 - 50,84%
67 - 50,76%
14 - 50,67%

Jerónimo de Sousa compara sondagens com resultados! Mantém-se o péssimo hábito dos políticos portugueses! Mais um a culpar a divisão no PS... Francamente...

Eu também fiquei surpreendido pela percentagem de Cavaco Silva mas não por causa das sondagens mas sim pela desmobilização que notei nas outras candidaturas! Esperava uma maior percentagem de Cavaco Silva mas o que não provoca, em nenhum momento, dúvidas quanto à sua esmagadora vitória!

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739. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%
419 - 51,07%
353 - 50,99%
305 - 50,84%
294 - 50,85%
192 - 50,82%
123 - 50,84%
67 - 50,76%

Francisco Louçã defende-se da derrota presidencial com a divisão na esquerda! Sinceramente, não havia necessidade! Fala em ter-se permitido que a "direita" tivesse ganho! Se havia dúvidas sobre a natureza da sua candidatura estas acabaram neste momento. Sinceramente, Professor Louçã...

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738. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%
419 - 51,07%
353 - 50,99%
305 - 50,84%
294 - 50,85%
192 - 50,82%
123 - 50,84%

Mário Soares já reagiu aos resultados! A admiração que tenho pela carreira política e democrática deste homem está inabalada! Como sempre, reagiu como um democrata! Obrigado por tudo e principalmente por teres sido sempre o meu barómetro ideológico e por seres o homem que mais influenciou o meu espírito democrático e a minha intransigente defesa da liberdade! É o fim da influência do Soarismo mas não da memória! E, por isso, Marocas, obrigado!

A vitória de Cavaco já é real! Mesmo assim fico surpreendido com a sua percentagem - que pensei que ia ser maior - da mesma forma que fico surpreendido com a percentagem de Manuel Alegre - que julguei que ia ser bem menor.

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737. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%
419 - 51,07%
353 - 50,99%
305 - 50,84%
294 - 50,85%
192 - 50,82%

Cavaco já tem no Porto uma percentagem melhor que a nacional!

Se contabilizarmos o previsível voto esmagador no candidato da direita dos emigrantes e a estabilização da votação em Cavaco Silva a remota hipótese de segunda volta está praticamente afastada!

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736. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%
419 - 51,07%
353 - 50,99%
305 - 50,84%
294 - 50,85%

No Porto explica-se grande parte da derrota da "esquerda"! O esforço de Mário Soares e Manuel Alegre nesta cidade foi claramente insuficiente. Em Lisboa a votação em Cavaco não foi tão expressiva e a depender da capital haveria segunda volta!

Cavaco está a subir no Porto e a descer em Lisboa em percentagem! Parece já não haver dúvidas!

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735. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%
419 - 51,07%
353 - 50,99%

É precipitado afirmar que se Manuel Alegre fosse o candidato oficial do PS os resultados seriam diferentes. Não podemos saber, com certeza, se Manuel Alegre teria conseguido atrair, com o apoio dum partido, muitos dos votos que sairam dos desiludidos com os partidos. É uma análise a fazer mais tarde.

A votação em Cavaco Silva está estável neste momento e em Lisboa a sua percentagem acabou de aumentar marginalmente.

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734. Presidenciais 2006: Porto e Lisboa



No Porto faltam apurar 178 das 205 freguesias e Cavaco tem, neste momento, 50,54%.

Em Lisboa faltam apurar 48 das 178 freguesias e Cavaco tem, neste momento, 44,77%.

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733. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%
419 - 51,07%

Marcelo Rebelo de Sousa defende que o papel histórico de Mário Soares mantém-se intocado mas que o Soarismo acabou! Concordo!

A estabilização da votação em Cavaco Silva é visível!

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732. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%
487 - 51,20%

Há uma certeza desde o início da noite: Manuel Alegre fica claramente à frente de Mário Soares e Jerónimo de Sousa claramente à frente de Francisco Louçã.

Com estes novos dados parece-me afastada, de vez, a improvável hipótese duma segunda volta!

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731. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%
541 - 51,20%

Pedro Magalhães aponta que Cavaco Silva ficará com mais de 50% mas por uma pequena margem. A hipótese de segunda volta é improvável!

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730. Presidenciais 2006: Resultados Eleitorais (Actualizado)



Evolução com o voto com as maiores freguesias a serem apuradas:

Cavaco Silva (freguesias por apurar/percentagem):

952 - 53,10%
778 - 52,26%
606 - 51,56%

Como tinha previsto há uma descida consistente na percentagem em Cavaco com o escrutínio dos votos nas freguesias de maior dimensão. Parece que a tendência, a manter-se, abre uma porta para uma segunda volta. Mas ainda improvável.

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729. Presidenciais 2006: Resultados Oficiais



Como previsto há uma descida nos resultados oficiais de Cavaco Silva. Com 778 freguesias por apurar passou para 52,26% (com 952 era 53,10%).

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728. Presidenciais 2006: Resultados oficiais



Freguesias apuradas 3308
Freguesias por apurar 952

Cavaco Silva 53,10
Manuel Alegre 19,99
Mário Soares 13,64
Jerónimo Sousa 8,11
Francisco Louçã 4,77
Garcia Pereira 0,40

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727. Presidenciais 2006: Tendência Urbana



Lisboa, até ao momento, coloca Cavaco como vencedor com pouco mais do que 44% dos votos e Manuel Alegre claramente em segundo lugar. No Porto Cavaco Silva tem mais do que 52% dos votos, com Mário Soares em segundo. Como as freguesias por apurar são as maiores - as situadas nestas áreas urbanas - e como Cavaco Silva tem pouco mais de 53% no total do país neste momento é natural que esta percentagem ainda possa descer marginalmente até ao fim da noite. Mas a possibilidade duma segunda volta é, cada vez mais, pouco provável.

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726. Presidenciais 2006: Primeiras Impressões



- Cavaco Silva tem uma vitória clara! Não sujeita a ser minimizada por nada, nem pela abstenção, nem pela percentagem!

- Manuel Alegre é outro dos vencidos da noite! Não há medalhas de bronze! O seu objectivo principal - se era a vitória - não foi concretizado! Mas, obviamente, numa escala bem menor do que a derrota eleitoral de Mário Soares!

- Mário Soares obtém uma percentagem claramente baixa! O seu papel na nossa Democracia não fica em causa mas a sua influência imediata na vida política fica claramente reduzida!

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725. Presidenciais 2006: Projecção de Resultados



Projecção de resultados:

RTP: Cavaco Silva 49-54%; Manuel Alegre 20-23%; Mário Soares 11-14%; Jerónimo de Sousa 8-10%; Francisco Louçã 4-6%; Garcia Pereira 0-1%

SIC: Cavaco Silva 50,4-54,6%; Manuel Alegre 17,7-21,5%; Mário Soares 12,5-16,3%; Jerónimo de Sousa 6,4-8,6%; Francisco Louçã 4,1-6,3%; Garcia Pereira 0,5-1,1%

TVI: Cavaco Silva 50-54,8%; Manuel Alegre 18,4-22,4%; Mário Soares 11-15%; Jerónimo de Sousa 7-10%; Francisco Louçã 3,4-6,4%; Garcia Pereira 0,3-1,5%

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724. Presidenciais 2006: Projecções indicam vitória de Cavaco Silva à primeira volta



As projecções não são uma surpresa! Mas não deixa de ser uma enorme frustação a escolha democrática dos meus compatriotas quanto ao nosso futuro colectivo! Parabéns ao vencedor e honra aos vencidos porque esta é a essência da Democracia!

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